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Colômbia, estoy aquí

  • Foto do escritor: Bianca Araújo
    Bianca Araújo
  • 18 de mai.
  • 10 min de leitura

*Importante: relatos da viagem feita em 2019 - logo, algumas coisas podem ter mudado.


Em 2019, aos 24 anos, tive a oportunidade de ir pela primeira vez para fora do Brasil, por meio de um intercâmbio com a AIESEC (mais informações, clicar aqui), que era uma organização que eu já era voluntária desde 2016.


Destinos

  • Bogotá

  • Medellín + Guatapé + Santuario + Pamplona

  • Cartagena das Índias


Período

  • De julho de 2019 a setembro de 2019 (seis semanas)


Preparo da viagem

Passagem

Eu comprei passagem de ida e volta (importante ter pra comprovar para imigração), e fui pela Latam. A ida foi uma passagem que tinha escala na Cidade do Panamá (sim, eu fui mais longe e depois voltei - estava em conta), por algumas horas. A volta foi igual. Tanto na ida quanto na volta, optei por não sair do aeroporto, por receio de atrasar e perder o embarque para a Colômbia. Mas basicamente, o aeroporto da Cidade do Panamá não era muito grande, e lá poderia usar dólares, caso você tivesse.


Seguro viagem

Muito importante ter em qualquer viagem, principalmente nesse caso que passaria mais de um mês fora. Contratei o seguro do Assist Card, na época.


Vacinas

Me vacinei para a febre amarela, vacina importante para a região. Na época morava no ABC Paulista, e o local mais perto, que oferecia a vacina inteira, de forma gratuita e emitisse o Certificado Internacional de Vacinação (CIVP) era o Atende Fácil de São Caetano do Sul.


Dinheiro

Na época não era tão comum o uso de cartões internacionais como Wise e Nômade. Optei por levar a quantia em papel mesmo (mas ativei o meu cartão para usar no exterior, caso precisasse). Optei por converter em dólar e ao chegar na Colômbia, ainda no aeroporto, fazer a conversão para a moeda local.


Hospedagem

Em Bogotá, fiquei em um hostel, que reservei pelo Booking.com. Em Medellín, cidade que faria o meu intercâmbio, fiquei na casa de uma host, e em Cartagena, que viajei com uma amiga, fizemos via couchsurfing (pessoas locais recebem gratuitamente pessoas que querem se hospedar). Com exceção do último, que decidi ir de última hora, o resto foi reservado e agendado antes da viagem, e tive que comprovar o endereço de estadia para a imigração.



Primeira parada: Bogotá

Fiquei somente um dia em Bogotá. O meu destino final era Medellín, então decidi fazer uma parada rápida na capital para conhecer e também conhecer minha chefe daquela época, que era colombiana e morava na capital.

Cheguei no aeroporto de Bogotá, e achei um aeroporto muito rígido com segurança (minha mala passou pelo raio x umas 2x ao chegar, incluindo cachorro revistando etc). Como era minha primeira viagem internacional, a minha chefe na época me indicou um serviço de transfer, que eu contratei para me levar até o hostel.


O hostel que eu escolhi foi o Mola Hostel, que ficava no bairro histórico de Bogotá, em Candelaria. O hostel em si era muito bom, apesar de pequeno. Fiquei em um quarto compartilhado misto, em que as camas tinhas cortina e luz. Tive direito a café da manhã também, e o chuveiro era quente. Atendimento muito bom. Por uma diária, paguei 35.000 em moeda local (lá, é tudo em mil, não se espantem).

Como só tinha um dia na cidade, na mesma tarde que cheguei, já fui andar pelo bairro. Andei pelas ruas, úmidas, pois havia chovido, mas o sol já estava aparecendo. Comprei meu chip de celular nesse centro mesmo.


No centro histórico, visitei:

  • Plaza Bolívar (com muitos pombos, e havia alguns cartazes de manifestação).

  • Centro Cultural Gabriel García Marquez (que me deparei no caminho).

  • Museo Botero



Plaza Bolívar
Plaza Bolívar

Museo Botero
Museo Botero

Nas ruas tem muitos artistas também, e algumas lojinhas de lembrancinha. Também vi uma lhama. Tive a chance de experimentar a limonada com coco, em um restaurante local.


No dia seguinte, pela manhã fui visitar o Cerro Monserrate. É um morro que você pode subir a pé ou de funicular, possui uma igreja no topo e uma vista ampla da cidade. Subi de funicular (pela primeira vez), e por azar, peguei uma manhã com um tempinho chuvoso, e estava super nublado, então não consegui ver muita coisa. Ao lado da igreja tem várias barraquinhas de artesanato e de lembrancinhas.



Vista do Cerro Monserrate
Vista do Cerro Monserrate

Pela tarde, fui para o shopping da cidade, para almoçar com a minha chefe, em um restaurante popular chamado La Plaza de Andres. Por coincidência, naquela tarde estava acontecendo a final do Tour de France, de ciclismo. E um colombiano havia ganhado e estava todo mundo torcendo no restaurante. Achei super legal. E nas ruas, eu vi muita gente andando de bike (algo que se repetia em Medellín).


Dicas Bogotá:

  • Teria pego mais tempo para visitar a cidade.

  • Teria ido no Museu do Ouro, e na Catedral de Sal.


Principal parada: Medellín

Fui de avião até Medellín, e de lá, recebi um suporte de uma moça da AIESEC que levaria até a minha host. Para sair do aeroporto, pegamos um ônibus que nos levava até a entrada da cidade. Chegando nessa entrada, a gente pegou um táxi.


A minha host morava no bairro Buenos Aires. Era um bairro super movimentado. Na rua de baixo tinha a linha do Tranvía (um BRT) que conectava até o metrô, e mais adiante tinha um shopping center. Apesar disso, era um bairro simples, mais de moradias. Ela morava no andar alugado de um sobrado, no andar subterrâneo, junto com a filha mais nova. Na casa dela também funcionava a ONG que ela gerenciava, a Fundación Solidariedad Sin Limites. Mesma ONG que eu iria trabalhar.


A minha host já tinha histórico de receber intercambistas, e naquele momento ela já estava recebendo uma outra, uma porto-riquenha de 19 anos, estudante de nutrição. Compartilhamos quarto durante a viagem.


Em Medellín, eu era voluntária de marketing da ONG, e cuidei de algumas ações de fundraising, design de peças e configuração do site. Na ONG, eu trabalhava com outros intercambistas, como a porto riquenha, duas brasileiras, um mexicano, um holandês, uma taiwanesa, por exemplo. Ao mesmo tempo, eu tinha sessões com a AIESEC toda sexta-feira, além do onboarding e da finalização de experiência.


Eu adorava o clima em Medellín: a manhã começava com um tempo ameno (um vento mais frio) e depois esquentava muito, chegando perto dos 30 graus, chovia sempre no final de tarde, de forma rápida, e depois ficava quente de novo ou só um pouco mais fresco. Era assim quase todos os dias. O chuveiro era de água fria (e era assim em boa parte das moradias), mas como o tempo não era frio, era fácil de se acostumar.


Eu fazia o trabalho voluntário durante o dia, e no final de tarde até a noite, e finais de semana, eu era livre. E usava esse tempo para conhecer a cidade ou sair com outros intercambistas.


Lugares que conheci em Medellín:

  • Jardin Botanico

    Onde fiz onboarding da AIESEC. Espaço lindo junto a natureza, e tem alguns animais pequenos soltos.

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  • UDEA (universidade parceira do escritório da AIESEC)

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  • Plaza Botero

    Onde tem algumas estátuas do Botero. Tem o museu de arte em frente a praça, o Museo de Antioquia, e ao lado o Palacio de la Cultura Rafael Uribe. A estação de metrô para praticamente na praça. Tinha uma feira de artesanato no primeiro ou último domingo do mês.



  • Parque Explora, com planetário e aquário.

Muito bom para ir com a família e amigos. Não consegui ir no planetário, por conta do horário (já estava encerrando). Um ponto que me chamou atenção na época foi o banheiro feminino ter absorvente de forma gratuita.




  • Plaza Piez Descalzos

    Não é nenhum ponto turístico, mas é uma praça que você pode ficar com os pés na areia.

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  • Parque de Los Deseos + Casa de la musica

Perto do metrô e do Parque Explora, é uma área aberta que acontece alguns eventos e também tem uma pracinha perto, com areia.

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  • Pueblito Paisa (Cerro Nutibara)

    É um morro, que no alto, tem a vista da cidade. Vista maravilhosa, e o topo tem uma feirinha de artesanato e umas casas que lembram uma Colômbia mais antiga.




  • Comuna 13

    Fui junto com outros intercambistas, com uma pessoa da AIESEC que tinha conhecimento da área. Ele nos levou para conhecer alguns pontos específicos. Era um feriado, então estava mega movimentado, e tinha muitos turistas. Lá eu experimentei uma bebida gelada com café, que não curti muito.



  • Parque Arví

    Área verde, e que muita gente vai para fazer exercícios e piquenique. Tem uma parte que é uma grande subida, mas bom, não tinha disposição física para continuar. Para chegar, somente com o Metrocable (o teleférico que liga os bairros mais distantes).

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  • Visitei a área onde fica os prédios da prefeitura e governo. Lá perto, fica também o prédio da principal emissora de TV da cidade.

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  • Parque San Antonio

    Praça onde aconteceu uma explosão que matou várias pessoas, na época da violência com o Pablo Escobar.

  • Plaza Cisneros

  • Bairro El Poblado (onde costuma ter muitas baladas).



Uma parte que foi muito legal é que coincidentemente eu fui na época da Feria de las Flores, em Medellín, que geralmente acontece em agosto. A cidade tem vários eventos envolvendo flores, com festivais, comida, exposições e atividades. A minha favorita foi a corrida de bicicleta que partia da Plaza Cisneros, e que todos saíam fantasiados, com o tema de flores.





Outros lugares, que visitei enquanto estava em Medellín:

  • Guatapé:

É uma cidade perto de Medellín, que tem a Piedra del Peñol. Essa pedra, de propriedade particular, você sobe várias degraus de escada e no topo você tem a visão da cidade, que foi submersa pelas águas de uma represa. Além disso, tem o centro da cidade, que é cheio de casinhas coloridas e tem até tuk-tuk. Para ir, há um ônibus saindo do terminal rodoviário (e para voltar, mesma coisa).




  • Santuário

É uma cidade pequena perto também, que fui por conta de um evento da AIESEC, chamado Global Village (onde os intercambistas mostram em stands alguns aspectos de sua cultura para a população local), que representei o Brasil junto com as brasileiras.




  • Pamplona

    Cidade que fui graças ao trabalho voluntário com a ONG. Lá, foi feito um trabalho de atendimento médico, odontológico, doação de roupas e brinquedos, etc, para as pessoas imigrantes vindo da Venezuela (essa cidade é perto da divisa). A gente estava junto com um grupo voluntário americano. Então, de forma totalmente gratuita, ajudávamos essa população (fiquei de auxiliar o time de farmácia). A cidade era pequena, bem clima de interior, o clima era bem mais frio, e como parte da parceria da ONG, nós, voluntários, ficamos hospedados dentro de um batalhão militar durante essa jornada (e essa também foi um experiência e tanto).





Em Medellín, tive a chance de experimentar o famoso café Juan Valdez. Com a minha host e outras famílias, experimentei los patacones, bebida adoçada com "panela" (rapadura), arepas, e empanadas. Também fui em um restaurante bem da região, nada famoso, para experimentar a Bandeja Paisa. Por outro lado, fui em um restauraunte que tem ótima vista da cidade, chamado, La Octava Maravilla.




De típico, havia o supermercado Éxito, que está em vários lugares. E o metrô atendia bem, ao meu ver, e era muito limpo (era regra que não podia comer dentro do metrô, e todos respeitavam). Uma parte ruim é que o metrô encerrava cedo, umas 22h, se eu não me engano.


Dicas Medellín

  • Como o clima não muda muito na cidade, se puder escolher a melhor época, vá na época da Feria de Las Flores e vá nos eventos. Não vai se arrepender.

  • Não tive tempo, mas iria no Museo de La Memoria, Museo de Arte Moderna e no Cerro de Las Tres Cruces.



Terceira parada: Cartagena

Eu queria ir para a cidade mais famosa do litoral da Colômbia, e consegui pegar uns dias para trabalhar remotamente as atividades da ONG na minha última semana, e viajei com a minha amiga taiwanesa. As duas outras brasileiras tinham acabado de terminar o intercâmbio e também foram para lá.

Fomos de avião, dessas linhas low cost. Quase não permitiram a gente embarcar pois queriam afirmar que nossas mochilas ultrapassavam o tamanho, mas deu tudo certo.

Ficamos em um bairro de moradias simples (diria, não muito seguro), através do couchsurfing (minha amiga tinha experiência nisso). Ficava muito perto do Castelo de San Felipe de Barajas (que infelizmente não entrei para visitar). Minha amiga e eu dividimos uma quarto com uma moça que morava na casa (nós duas dividimos uma cama solteiro de uma beliche, porque rolou algum imprevisto com o quarto que era reservado para a gente).

O tempo era muito quente. A gente sentiu necessidade de ficar procurando espaços ventilados ou com ar-condicionado. Não era muito perto para ir andando até o litoral, então tivemos que pegar transporte público. O meio que pegamos era um BRT, que demoramos para entender como funcionava, pois ele não parava em todos os pontos.


No primeiro dia, andamos muito. Visitamos a parte histórica da cidade, onde tem as casinhas coloridas, e é onde ficam a maiorias dos turistas. Lindo. Entramos em um shopping completamente vazio. Andamos pelas Las Bóvedas (uma espécie de prédio, com formato de arcos), que funcionam várias lojinhas de artesanato e lembrancinhas. Vimos o pôr do sol pela Muralha que fica bem em frente a praia. No segundo dia, exploramos mais o centro histórico. Queria ir para as principais ilhas (e tem muito vendedor te abordando na rua para vender esses pacotes, mas muitos vendedores mesmo), mas a minha amiga queria pagar mais barato, e quando a gente foi buscar o caminho mais barato para ir, vimos que não era lá muito fácil e talvez nem seguro. Ela desistiu de ir, e bom, não queria ir sem companhia.




Pela sugestão das outras meninas, fui também para as Salinas de Galerazamba. Não conhecia, mas quando cheguei, fiquei feliz de ter ido! É uma região super do interior (que de tarde não tem ninguém na rua porque está muito quente, e você vê boi descansando debaixo de uma árvore). Lá, tem as salinas, que você pode elas na coloração branca ou até mesmo rosada! É lindo. Para chegar, fomos de ônibus partindo de Cartagena.





No último dia, também tive a oportunidade de visitar o lado mais "rico" da cidade, onde tem os condomínios de alto padrão e a praia mesmo (porque do outro lado é só o porto). A praia em si do litoral não é muito bonita, longe do que parecem ser as ilhas.



Dicas Cartagena:

  • Vá para as ilhas. Só certifique-se de contratar um pacote de viagem de um lugar seguro.

  • Use protetor solar, pois realmente é muito quente lá.

  • É uma cidade turística, então tudo se cobra lá. Tome cuidado.

  • Teria ido no Castelo de San Felipe, apesar da entrada ser um pouco cara, e no Convento Santa Cruz de La Popa (que fica no ponto alto da cidade, e nosso host falou que nos levaria de noite, mas não nos sentimos seguras para aceitar a oferta).

  • Já que fui para as Salinas, caso tivesse me planejado melhor, poderia ter ido ao Vulcão de Totumo, que era perto, onde pode tomar um banho de lama (experiência completa).


Depois voltamos para Medellín, onde finalizei minha experiência do intercâmbio, e de lá peguei meu voo de volta para o Brasil. Na volta, a emigração também fez algumas perguntas do que eu tinha ido fazer, mas depois de responder, segui viagem.


 
 
 

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